sábado, 6 de novembro de 2010

Poder Executivo sansiona Lei do Sistema Estadual de Cultura Acreano

Ato marca Dia Nacional da Cultura, criado por Jorge Kalume, e tem como resultado imediato a elevação para R$2,5 milhões o valor dos investimentos em atividade cultural

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Deputados, membros do Conselho Estadual de Cultura, intelectuais, artistas e ativistas culturais e procurador do Estado que colaborou na construção da lei participaram da solenidade (Fotos: Gleilson Miranda/Secom)
O governador Binho Marques sancionou nesta sexta-feira, 5, a lei 2.312, de 25 de outubro de 2010, que institui o Sistema Estadual de Cultura e cria o Programa Estadual de Incentivo e Fomento à Cultura, ao mesmo tempo estabelecendo novas diretrizes para a política cultural no Estado do Acre. O ato marcou o Dia Nacional da Cultura, criado em 1970 a partir de iniciativa do então deputado acreano Jorge Kalume. Estiveram presentes à solenidade o presidente da Assembleia Legislativa, Edvaldo Magalhães, e o líder do Governo no Parlamento Estadual, Moisés Diniz; membros do Conselho Estadual de Cultura, intelectuais, artistas e ativistas culturais, além de Rodrigo das Neves, procurador do Estado que colaborou na construção da lei.

A formatação da lei, demandada pela sociedade e apresentada pelo governador Binho Marques, está em consonância com o artigo 203, da Constituição Estadual, cria o Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Precult), o Fundo Estadual de Fomento à Cultura (Funcultura), revoga as disposições relativas à cultura da Lei Estadual nº 1.288/1999 e estabelece diretrizes para a Política Estadual de Cultura. O projeto, na avaliação da Fundação Elias Mansour, preenche uma importante lacuna jurídico-normativa no Estado porque a Constituição do Acre dispõe que o Estado deve organizar sistemas integrados de arquivos, bibliotecas, museus, rádios, televisões educacionais e casas de cultura.

O projeto foi discutido e aprovado na Assembleia Legislativa na sessão do dia 21 de outubro pela unanimidade dos deputados presentes. Naquela data, Edvaldo Magalhães referiu-se à aprovação como a conquista de um novo momento para cultura acreana. O arcabouço legal irá criar uma série de instrumentos para a gestão da área cultural no Estado, incluindo conselhos, conferências e planos de cultura. Como resultado práticos já vigentes no próximo ano, os investimentos nos projetos culturais saltam de R$1 milhão para cerca de R$ 2,5 milhões. Binho destacou o fortalecimento que investimentos pequenos mas de escala podem representar na vida das comunidades. Citou como exemplo o trabalho do deputado federal eleito Sibá Machado há alguns anos. Sibá convidou o governador para visitar uma comunidade que se fortaleceu e reagrupou-se após receber recursos para realização de torneios de futebol. Empoderada a partir disso, a comunidade criou mecanismos de autoafirmação, como uma cooperativa de produção.

O destaque do processo é que o projeto de lei foi amplamente debatido e discutido na 2ª Conferência Estadual de Cultura, em 2009, que sucedeu as Conferências Municipais de Cultura em todos os municípios, onde também foi avaliado e recebeu propostas. O projeto regulamenta o Fundo Estadual de Fomento à Cultura (Funcultura), parte do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, estabelecendo que 0,5% da receita tributária líquida do Estado. Sobretudo, o fundo estabelece as reformas necessárias e amplia o alcance da atual Lei Estadual de Incentivo à Cultura, importante instrumento para financiamento de programas e projetos comunitários e ações a serem realizadas nos municípios.

O governador lembrou do ativismo cultural no Acre nas décadas de 1970 e 1980, quando os trabalhos narravam de uma população esquecida pela oficialidade, como os índios e seringueiros. "A gente tinha em todos os lugares teatro, festivais... Tinha um movimento cultural muito forte que mostrava um Acre escondido e sofrido", relatou Binho Marques. Nesse contexto, a cultura foi essencial para tirar das sombras minorias e excluídos. "Aquilo fez com que muita gente descobrisse o que estava além da aparência".


Fonte: http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14165&Itemid=26

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